O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) vai investir R$ 160 milhões no programa Catalisa ICT a partir de 2024 com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O anúncio foi feito pela ministra Luciana Santos, nesta terça-feira (12), em cerimônia de lançamento de edital para a última etapa do programa. O Catalisa ICT é promovido pelo Sebrae em parceria com o MCTI e entidades do ecossistema nacional de inovação.

 

“O grande desafio brasileiro é colocar a nossa produção científica, que é muito forte, para gerar soluções diretas para a população, aquecer o setor produtivo e gerar emprego e renda”, afirmou a ministra, destacando a importância do Catalisa ICT para promover a conexão entre conhecimento científico e negócios inovadores. 

 

Luciana Santos reforçou que a ampliação de investimentos no programa, a partir do próximo ano, vai apoiar cerca de 4 mil pesquisas com potencial de inovação e envolver 10 mil pesquisadores. O resultado esperado é a criação de 600 novas empresas de base tecnológica em todo o país.

 

A ministra apontou que diversas iniciativas do MCTI buscam identificar pesquisas científicas com potencial de inovação, capacitar pesquisadores em empreendedorismo inovador e fomentar planos de inovação focados nas áreas prioritárias do programa Mais Inovação Brasil. “Precisamos fazer com que o conhecimento se torne um ativo para a sociedade e seja pilar do desenvolvimento inclusivo, sustentável e soberano do nosso país”, concluiu.

 

O edital lançado nesta terça-feira é a última etapa da jornada Catalisa ICT e vai selecionar 140 startups com projetos de inovação de todo o país. Por nove meses, até dois sócios dessas empresas receberão uma bolsa no valor de R$ 6,5 mil por mês, além de capacitação, mentorias e participação em eventos de conexões. As propostas devem ser submetidas até 31 de janeiro de 2024.

 

Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, o Catalisa ICT induz o desenvolvimento econômico e social. Segundo ele,  a inovação revoluciona a economia de um país, é fundamental para a neoindustrialização e precisa ser uma política de estado. “Queremos um mundo inovador, sustentável e inclusivo”, afirmou.

 

Startup

A deep tech Orby.co já passou pelo Catalisa ICT. A empresa desenvolve um sistema pioneiro para fazer controle motor e modulação de dor em pessoas que perderam o movimento por funções neuromotoras, como é o caso do Parkinson, da lesão medular, entre tantas. Além disso, a startup atua na reabilitação auditiva com o auxílio de inteligência artificial. A neurocientista, engenheira biomédica e CEO da Orby.co, Duda Franklin, conta a importância da jornada para o empreendimento.

 

"O Sebrae é a porta de entrada para essas empresas, principalmente as startups de base tecnológica. Eles nos ajudam com conhecimento, com conexões a nos estruturar e a nos posicionar melhor no mercado”, explica. “Só assim a gente consegue colocar o Brasil no mapa das grandes indústrias de tecnologia do mundo”, completa.

 

Como funciona

A jornada de aceleração Catalisa ICT compreende quatro etapas. A primeira, realizada em 2020, foi a de mobilização dos pesquisadores e o despertar para empreender. Na sequência, os participantes aprenderam a estruturar seus projetos. Entre 2021 e 2022, começaram a desenvolver e a testar seus produtos. Agora é a hora de e escalar estas iniciativas inovadoras.

 

A participação na etapa anterior dá condições para a submissão a esta que será aberta, mas não é pré-requisito. Todas as deep techs (startups com origem na pesquisa) que atendam os requisitos do edital podem participar. A exigência é ter no mínimo grau de maturidade tecnológica (TRL- technology readiness level) 5, ou seja, estar em fase de testes em ambiente simulado.

 

Para ser selecionado, o projeto de inovação deve estar ligado às seguintes áreas: saúde, farmácia e cosméticos; agropecuária e aquicultura; sustentabilidade socioambiental e florestal; equipamentos para a indústria ou para serviços; equipamentos eletroeletrônicos; logística ou transporte; educação; telecomunicação e infraestrutura de redes; tecnologia de Informação e Comunicação (hardware/software); indústrias de alimentos e bebidas; de construção; de metal, mecânica, automobilística; aeroespacial; naval; extrativa, de petróleo, gás e energia; além de indústria química e novos materiais.

 

Um aspecto importante é que os produtos e processos não podem agredir o meio-ambiente, nem colocar em risco a segurança pública.

 

Do total das propostas selecionadas, haverá reserva de 30% das vagas para empresas que estejam situadas nas regiões Norte, Nordeste ou Centro-oeste do Brasil. O Catalisa ICT oferecerá ainda às empresas selecionadas a oportunidade de apresentarem seus projetos às unidades credenciadas Embrapii, de forma a acessarem apoio técnico-financeiro para promover avanços na tecnologia de seus projetos.

 

Para saber mais, clique aqui: www.sebrae.com.br/catalisaict

Parceria

Para execução do Catalisa ICT, o Sebrae conta com a colaboração do MCTI; do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI); do Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (CONFAP); da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec); do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), entre outras.

 

Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação